segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CRISTO NOSSA VIDA


Na primeira parte de nossa consideração sobre a exortação de São Francisco de Assis, aprendemos que Cristo é o único caminho para o Pai. Nesta segunda parte, iremos conhecer a Cristo como nossa vida, principalmente, no mistério da Eucaristia.
Na Eucaristia Cristo, Nosso Redentor, torna-se presente a nós para que o descubramos na fé e nos tornemos, em espírito, uma só coisa com Ele. E ao crer alcancemos a salvação por seu intermédio.
Para São Francisco de Assis a vida cristã tem seu ápice quando nos tornamos outro Cristo, presente nas espécies do pão e do vinho na celebração Eucarística. É aproximar-se da mesa do Senhor e alimentar-se de seus ensinamentos, exemplos e, sobretudo, de seu amor como está escrito: "Quem come deste pão viverá eternamente" (Jo 6,51-54).
Muitas vezes podemos correr o risco de não ter fé na Eucaristia, e isto pode se dar de muitas maneiras: pela cotidianidade do encontro Eucarístico, isto é,  no aproximar-se do mistério da comunhão sem estar devidamente preparado. E isto pode gerar em nós uma incredulidade prática, no qual celebramos a Missa como celebramos qualquer festa de aniversário.
 Celebrar o Mistério Eucarístico é entregar-se a si mesmo  a tal ponto de configurar-se completamente em Deus; colocar-se completamente nas mãos de Deus e abrir os nossos corações numa total confiança n'Ele. Crer significa viver somente para Deus e pertencer totalmente a Ele de modo que não queremos mais dispor de nós mesmos, mas contar com sua graça.
É na Celebração Eucarística que se alimenta nossa fé e nossa esperança de que Cristo é nossa vida. Na Missa é renovado, em nosso favor, um novo e eterno pacto entre Deus e seu povo. Por isso, quem participa neste sacramento tem a vida eterna.
Portanto, "o que tem o Espírito do Senhor que habita nos seus fiéis, esse, sim, recebe o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor, os demais, que não partilham desse Espírito e todavia presumem comungar, esses comem e bebem a sua condenação" (Adm 1). O que São Francisco quer dizer-nos é que a comunhão nos faz entrar na vida divina, mediante o Espírito Santo, mediante seu amor. O amor é oferecer um senhorio absoluto sobre si, isto é, sujeitar-se completamente ao Espírito do Senhor e abandonar-se completamente em suas mãos.
São Francisco, porém, nos exorta a guardamos dos abusos de nos aproximarmos da comunhão sem amor num estado de indiferença e de pura rotina. Celebrar este mistério sem estar devidamente unido ao Sacrifício de Cristo é excluir-se do banquete que nos leva a Deus, NOSSA VIDA: "Quem não ama permanece na morte" (1Jo 3,14).


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