quinta-feira, 27 de setembro de 2012

BEATO EGÍDIO DE ASSIS: A SIMPLICIDADE EM SABEDORIA

  Entre os companheiros do Seráfico pai São Francisco, destacamos o Bem-aventurado Egídio de Assis. Em 1209, Egídio ingressou na Ordem dos Frades Menores. Dentre os filhos de Francisco, foi o que mais se destacou pela santa sabedoria causando admiração de muitos em sua época, apesar de sua simplicidade e pouco conhecimento nos estudos.
  Nos escritos franciscanos observamos homens, mulheres, mestres e Cardiais de todas as condições se dirigirem ao Beato Frei Egídio "para dele ouvir palavras de vida". Pois, para Egídio a "Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que toda e qualquer espada de dois gumes".
(Hb 4,12)
  Para Frei Egídio o sumo de toda ciência é temer e amar a Deus. Por isso, ele alerta que todo homem deve empenhar-se com toda a solicitude e confiança nas obras do amor, da esperança e da caridade.
  Segundo o Beato Egídio de Assis a verdadeira sabedoria de fazer boas obras está naquele que ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática. "O pregador da palavra de Deus foi posto por Deus para ser lâmpada, espelho e porta bandeira do povo de Deus". (DE 16,13) Ou seja, todo evangelizador é aquele que dirigi os outros por um caminho reto e o convida a caminhar junto sem jamais desistir de percorrer o itinerário para Deus. Pois, Egídio nos afirma: "O bom pregador fala mais para si que para os outros". (DE 16,16)
  Por isso, para o Beato Egídio todo obra que nasce do homem se torna pobre. Mas se vem de Deus ela enriquece o homem. Logo, "o homem deve amar as obras divinas e desprezar as humanas". (DE 3,15)
Portanto, diante da personalidade franciscana de Egídio de Assis, ficamos a nos questionar sobre a sabedoria de Deus e sua ação em nós. Este homem tão simples e iletrado revelou em seu tempo e continua a nos revelar que obter a sabedoria divina não depende de nosso méritos. Mas, é graça de Deus dada ao ser humano que, ao ouvir sua Palavra, a coloca em prática. Nisso consiste, o itinerário discipular franciscano vivido e ensinado por São Francisco aos seu confrades: "Não queirais jamais ter outra coisa debaixo do céu" (RB 6,7) a não ser, a Senhora Pobreza rica de toda ciência de Deus.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

FRADES QUE FIZERAM HISTÓRIA NA CUSTÓDIA IMACULADA CONCEIÇÃO




“Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã,
a morte corporal, da qual nenhum vivente pode escapar”
 (São Francisco, Cântico do Irmão Sol)

Dai-lhes o Senhor o descanso eterno e 
brilhe para eles a vossa luz

Frei Bernardino Golden
Setembro
dia: 
28
Ano: 1994
Local:
USA

LECTIO DIVINA CLARIANA


Setembro é o mês da Bíblia. Durante estes trinta dias, nós católicos somos convidados a intensificarmos a nossa escuta, meditação e reflexão sobre a Palavra de Deus, a fim de torná-la mais viva e eficaz em nossas vidas. Pois, conforme nos ensina São Jerônimo, “desconhecer a Escritura é desconhecer a Cristo e se negar a anunciá-lo”.
Uma maneira de ampliar o contato com a Sagrada Escritura, utilizada desde o início do cristianismo e sempre novamente recomendada pela Igreja, é a leitura orante da Bíblia (Lectio Divina). Essa metodologia pode ser aplicada de várias maneiras. Normalmente, as pessoas dividem essa experiência de oração em quatro momentos: leitura, meditação, oração, contemplação. Contudo, ao nos debruçarmos sobre os Escritos de Santa Clara, aproveitando a alegria de estarmos celebrando os 800 anos de consagração de Santa Clara, percebemos que a proposta mística de oração desta santa é composta de três vias que podem, muito bem, serem aplicadas a nossa oração diária com a Bíblia.
A Santa fundadora da segunda Ordem Franciscana no desejo de ensinar a Santa Inês de Praga um caminho de perfeição para o crescimento na imitação de Jesus escreve: “Com o desejo de imitá-lo, mui nobre rainha, olhe, considere, contemple o seu esposo, o mais belo entre os filhos dos homens (Sl 44,3) feito por sua salvação o mais vil de todos, desprezado, ferido e tão flagelado em todo o corpo, morrendo no meio das angústias próprias da cruz”.
Esse exercício de olhar, considerar e contemplar pode ser também realizado diante do “espelho da Palavra de Deus” no qual está contido o rosto do homem por excelência revelado a nós na Pessoa de Jesus Cristo, o Verbo de Deus feito homem. Sendo assim, a lectio divina clariana é composta dos já mencionados três passos.
No primeiro passo somos convidados a tomar um primeiro contato com a Palavra simplesmente olhando-a. Em outros termos, somos chamados a ler a Palavra e com os ouvidos atentos ouvir o que Ela tem a nos dizer. Neste passo não há nenhum julgamento, somente a constatação. A nossa preocupação não é outra senão entender o que está escrito no texto. Diante da Bíblia apenas nos perguntamos: o que está escrito aqui? Sobre o que o texto está falando? Quais são os personagens que aparecem no texto? Existe alguma palavra que não conheço? O que ela significa?

O segundo passo ensinado por Santa Clara é o da consideração. Neste momento, somos convidados a nos deter diante da Palavra e a procurar algo que nos chame a atenção. Considerar, para Santa Clara é o mesmo que meditar. . Considerar é ruminar aquilo que se vê. É se deter com um olhar mais atento e questionador. É colocar-se as seguintes questões: O que isto que estou vendo me revela acerca de Deus e acerca da minha vida? Por que essa Palavra me chama atenção? Neste ponto, é importante que se escolha ao menos um versículo ou mensagem para se demorar com ele e pensá-lo ao longo do dia.
O último passo é o da contemplação. A contemplação é um convite a transformar-se no contemplado. Neste momento da leitura orante somos chamados a ficar em silêncio diante da Palavra para que possamos ouvir a voz de Deus e atender ao convite de amor que ele nos faz. Nesta hora, não se fala, apenas se experimenta a força transformadora e renovadora da Palavra. O trabalho nesta etapa é para acolher a voz de Deus e deixar-se moldar-se pela Sua Palavra tornando-se um com o que foi lido. Desse passo brotará o compromisso prático de tornar concreta a Palavra orada, fazendo com que ela se torne realidade na minha própria vida.
Todos esses passos são realizados em oração. E são eles que fazem com que cresçamos no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
            Que possamos ser como São Francisco e Santa Clara que não foram ouvintes distraídos da Palavra, mas construíram as suas vidas sobre a rocha firme dos ensinamentos do Santo Evangelho o qual se tornou Vida e Regra para eles.
Pela intercessão de Santa Clara possamos crescer no conhecimento de Deus por meio da Sagrada Escritura.
Paz e Bem!

Autor: Frei Michel Alves dos Santos, OFMConv

terça-feira, 25 de setembro de 2012

OREMOS


SANTO ANTÔNIO: PREGADOR DO EVANGELHO

"A Palavra de Cristo habite copiosamente em vós, ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria, cantando a Deus com todo o coração, e com gratidão, salmos, hinos e cânticos espirituais". (Cl 3, 16)

  A grande novidade que a Palavra de Deus nos trás é a comunicação que este Deus faz de si mesmo ao ser humano. Comunicação de vida, de verdade e de fé capazes de transformar o coração de seus ouvintes e convocá-los a serem transmissores e proclamadores da Palavra Divina. 
  Santo Antônio, como grande pregador e dotado de profunda cultura teológica, transparece uma intimidade fecunda com a Sagrada Escritura. No qual, esta Palavra além de comunicar quem Deus é, mostra sua eficácia capaz de criar aquilo que diz e estimular seus ouvintes a uma mudança radical de vida. 
Imbuído desta Palavra e da espiritualidade de São Francisco de Assis, Santo Antônio em suas pregações tem como tema três mistérios: o nascimento de Cristo, sua Paixão e Morte, e sua presença permanente na Sagrada Eucaristia. Três mistérios que para Santo Antônio denotam certamente a Revelação de um Deus que se enraíza na história do ser humano e lhe comunica a vida divina. Deus é a palavra que se fez carne e habitou no meio de nós. E nos convida a segui-lo mais de perto por meio de uma vida que anuncie com os lábios e com o testemunho Nosso Senhor Jesus Cristo, isto é, a Palavra de Deus que se manifesta em nossa história.
  Santo Antônio, tão inflamado do ardor e da novidade da presença de Deus na história, testemunha pelos ensinamentos o que aprendeu de São Francisco de Assis: "Anunciem aos fiéis os vícios e as virtudes com palavras simples e breves e tenham sempre em estima e acima de tudo o Espírito do Senhor e o seu Santo modo de operar; porque o Senhor usou de palavra breve sobre a Terra" (RB 9). Diante do grande amor de Deus pelo ser humano, não é mais possível silenciar e calar a Palavra que liberta e que cura. E tão grande é a beleza da Palavra de Deus que até as criaturas desejam ouvi-las com mais prontidão do que os homens. Um exemplo disso temos quando Santo Antônio vai pregar em Rímini e por causa da grande quantidade de hereges foi tratado com desprezo. E com isso, certo dia, inspirado pelo Senhor pregou aos peixes: "Peixes do mar e do rio, ouvi a Palavra do Senhor, pois que os infiéis hereges, com desprezo se recusaram a dar-lhes ouvido (...). Meus irmãos peixes, muito obrigados estais a agradecer por vosso modo de ser ao Criador, que para vossa habitação vos deu elemento tão notável, assim de tal maneira que tendes águas doces ou salgadas, como convém (...). Bendito seja Deus eterno, porque mais honram a Deus os peixes aquáticos do que os homens heréticos, e melhor O ouvem os irracionais do que os homens infiéis." (Atos do Bem-aventurado Francisco e seus Companheiros 45)

  Deste modo, para o louvor e a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo somos convocados a abrir-nos à Palavra de Deus e colocá-la em prática na medida em que, pelo testemunho de vida façamos ecoar e atualizar para os nossos dias a Palavra de Deus. Que não sejamos surdos ao clamor do Pai, do Filho e do Espírito Santo que não cessam de comunicar a vida Divina a todo ser humano por meio das coisas criadas. Reconhecer a voz de Deus é fazer a mesma experiência de Santo Antônio: "Vossa Palavra é uma lâmpada que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho." (Sl 118, 105)



domingo, 23 de setembro de 2012

A EXPERIÊNCIA FRANCISCANA DA SAGRADA ESCRITURA


Os santos são aqueles que fazem uma experiência profunda da Palavra de Deus. E demonstram através de suas vidas o quanto verdadeiramente a Sagrada Escritura tornou-se para eles fonte de vida e de inspiração para uma caminhada baseada no amor a Deus e aos irmãos. São santos todos aqueles que através da escuta, da leitura e da meditação deixaram-se plasmar pela Palavra de Deus. 
Nesta semana faremos uma reflexão sobre a Palavra de Deus e os santos franciscanos. E como cada um deles deixaram-se transformar e conduzir pela Palavra Viva que se encarnou: Jesus Cristo.
São Francisco de Assis "ao ouvir que os discípulos de Cristo não devem possuir ouro, nem prata, nem dinheiro, não devem trazer alforge, nem pão, nem cajado para o caminho, não devem ter vários pares de calçado, nem duas túnicas,...logo exclamou, transbordando do Espírito Santo: com todo o coração isto quero, isto peço, isto anseio realizar!". Deste modo, percebemos a alegria com que São Francisco responde a Palavra de Deus que lhe é dirigida e coloca-se em prontidão a fazer de sua vida uma resposta ao chamado de Deus. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A ALEGRIA DA VIDA FRANCISCANA

"Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!" Esse conselho que é dado por São Paulo aos cristãos de Filipo ecoa sobre todo o cristianismo e chega até nós como uma dica do que é ser cristão. A alegria que São Paulo nos convida a permanecer não deve ser confundida ou comparada com a alegria que costumamos observar na sociedade. Alegria esta, que podemos denominar como uma falsa alegria, pois se resume num passageiro momento de prazer, e que na maioria das vezes fere a alegria do próximo. 
São Francisco de Assis compreendeu intensamente esta mensagem acolhendo para si e transmitindo para o seus filhos espirituais. Diversas vezes ele orienta os frades a não perderem a alegria que nos é dada pelo próprio Cristo: "E guardem-se os irmãos de se mostrarem em seu exterior como tristes e sombrios hipócritas. Mas antes comportem-se como gente que se alegra no Senhor, satisfeitos e amáveis, como convém." (RB 7, 15-16)
É comum percebermos nas pessoas a mentalidade de que a alegria só está presente nos momentos que  julgam serem positivos. Mas Francisco mergulhou com mais afinco no sentido da alegria cristã. Por ter dado tanta ênfase a esta propriedade da dimensão humana/cristã, tal alegria pode ser denominada "alegria franciscana". Não que essa característica seja apanágio dos franciscanos, mas pela propagação que Francisco e seus seguidores optaram em fazer.
A alegria franciscana não se restringe aos momentos de prazeres, mas deve ser intensa e constante. Lembremo-nos da exortação de São Paulo: "Alegrai-vos sempre no Senhor". A expressão "sempre" nos dá essa conotação de não possuir intervalos. A alegria cristã e franciscana se faz presente também nas tribulações. Eis a diferença entre a verdadeira alegria e a falsa alegria pregada pelo "mundo". 
O próprio Francisco nos deixou esse exemplo com a própria vida. Lembremo-nos do fato ocorrido logo em que ele se despojou dos bens do pai terreno. Ora, Francisco saiu de sua cidade natal em busca de um lugar onde pudesse ficar só e refletir o que Deus queria dele. Sucedeu que ao andar pela floresta, alegre e cantando os louvores do Senhor, foi surpreendido por dois ladrões que sem dó e piedade o espancaram e o deixaram numa fossa cheia de neve. Mas nem por isso Francisco se deixou esmorecer, mais assim que os dois ladrões foram embora, o santo retomou o seu canto e louvou ao Senhor com mais alegria do que antes.
De fato, é um desafio pregar essa alegria num mundo regido por um sistema que só prega o prazer, o individualismo e as competições. Até mesmo entre algumas comunidades cristãs, os valores cristãos estão sendo invertidos. A cruz vem sendo colocada como antagônica à alegria, sendo que deveria ser tida como um caminho, assim como foi para o próprio Jesus. Lendo o capítulo 8 do Fioretti onde Francisco explica a Frei Leão o que é a perfeita alegria, ali se percebe a grande lição de espiritualidade que o pai seráfico quer dar a todos nós. Lição esta que ele aprendeu pela própria experiência do Cristo.

Longe de ser um masoquismo, a Perfeita Alegria consiste em estar sereno em todos os estantes e mesmo no sofrimento, saber tirar uma lição de vida e crescimento com aquela dor. Só assim mostraremos ao mundo que a Alegria Perfeita está em amar e servir, independente do reconhecimento. 

AGENDA


SETEMBRO

  • Dias: 28, 29 e 30  - V Encontro Vocacional
Local: Casa de Formação São Francisco de Assis -
 Cidade: Rio de Janeiro / RJ

Contatos: sav.conv@hotmail.com ou  (21) 2273-6040

terça-feira, 18 de setembro de 2012

SÃO JOSÉ DE CUPERTINO: CALAR, SOFRER E ORAR


José Maria nasceu no dia 17 de junho de 1603 em Cupertino, no reino de Nápoles. Nasceu em um estábulo devido as necessidades que sua família estava passando. Este momento de dificuldade e amargura marcaram boa parte da vida de São José de Cupertino. Teve uma educação muito rígida por parte de sua mãe que o educava na fé.
Na infância, São José de Cupertino sofreu de uma grande enfermidade que o deixou por algum tempo afastado da escola e acamado. Sua mãe fazia de tudo para ver o filho curado. Mas nada o curava. Então, decidiu levá-lo no Santuário de Santa Maria das Graças, em Galatone. O azeite da lâmpada que ardia diante da Virgem foi colocado sobre José de Cupertino e ele ficou completamente curado.
A experiência familiar e o zelo de sua mãe pela educação de são José de Cupertino vão ser muito importantes para sua caminhada vocacional com os Franciscanos Conventuais e sobre seu modo de encarar as dificuldades e os problemas. Uma das grandes dificuldades que o santo enfrentará será sobre sua pouca perspicácia nos estudos. 

Em São José de Cupertino fazemos a experiência da graça de Deus que atua em seus santos. No entanto, uma graça que modela todo aquele que se abandona nos braços de Deus e se deixa conduzir por Ele. O santo nos revela que sua vida tornou-se uma obra mestra da sabedoria e da bondade de Deus que deixa seus vestígios e sinais capazes de fascinarem e deixarem irrequietos todos aqueles que buscam o Senhor.
José de Cupertino é o patrono dos estudantes e o santo dos vôos por causa dos extraordinários fenômenos místicos que atraíram multidões de devotos. 
Uma experiência profunda que marca São José de Cupertino são os momentos de sofrimento passado nos cárceres e o desprestígio diante de muitos que o consideravam incapaz de fazer uma legítima experiência religiosa. Três palavras perpassam a vida de São José de Cupertino: calar, sofrer e orar. Sua vida é um convite atual que nos leva a refletir sobre nossa caminhada vocacional. Somos capazes de enfrentar desprezos, insultos e uma prisão por causa de Deus? Fazemos a experiência de que o chamado de Deus é um convite a servi-lo em todos os momentos da vida? 
É impossível não ficar descortinado diante de uma experiência perseverante e silenciosa deste santo tão simples e humilde. Porém, muito decidido a viver uma vida para Deus e para o próximo.
Uma vida que brota de uma experiência de morte para si mesmo onde, "se o grão de trigo que cai na terra e não morre, permanece só; mas se morrer, produzirá muito fruto. Quem ama sua vida a perde e quem odeia sua vida neste mundo guarda-la-à para a vida eterna." (Jo 12, 24-25)

O Santo Franciscano escolheu a melhor parte. Escolheu Cristo crucificado e com Ele a sua cruz. Três foram os ideais que nortearam sua caminhada de fidelidade à Santíssima Trindade: a Virgem Imaculada, São Francisco de Assis e o Sacerdócio. Tais ideais foram o sol interior de sua vida. 
Portanto, "São José de Cupertino nos oferece uma radiante mensagem de esperança e coragem. A santidade, o chamado de Deus a viver harmoniosa e alegremente nossa condição de filhos de Deus, não só é possível e desejável, quaisquer que sejam as circunstâncias exteriores, mas um imperativo de dignidade humana e coerência cristã." (El Franciscano que volaba, Fray Contardo Miglioranza, OFMConv.)

São José de Cupertino, rogai por nós!

FESTA DE SÃO JOSÉ DE CUPERTINO


OREMOS:

Gloriosíssimo São José de Cupertino, protetor dos estudantes, não desprezeis as súplicas que os dirijo implorando vosso auxilio nas provas de meus estudos.
Alcançai-me do Senhor que, como verdadeira fonte de luz e sabedoria, dissipe as trevas de meu entendimento, o pecado e a ignorância, instruindo minha língua e difundindo em meus lábios a graça de sua benção.
Dai-me agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, e no momento do exame, graça e abundancia para falar, acerto ao começar, direção ao continuar e perfeição ao acabar, se assim convém a maior glória de Deus e proveito de minha alma. Amém.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ESTIGMAS DE SÃO FRANCISCO: MARCAS DO ETERNO


No dia de 17 de setembro, toda a família franciscana, celebra a festa da impressão das chagas de São Francisco de Assis. O Santo de Assis recebeu, em 1224, no Monte Alverne, após uma visão de Cristo crucificado em forma de serafim, sinais visíveis que o assemelham em vida à humanidade de Cristo. Sinais que demonstram o grande empenho de São Francisco em doar a sua vida para tornar-se no mundo outro Cristo.

O amor de Deus se realizou plenamente e profundamente na pessoa de seu Filho Jesus Cristo. A encarnação, a Eucaristia e a Paixão são expressões concretas do amor de Deus. Mas no alto do Madeiro, Jesus Cristo revelou a humanidade que Deus é na simplicidade do amor gratuito.


Assim, Francisco abraçou em sua vida a experiência de encontro com o Cristo pobre, obediente e casto. E por inspiração divina deixou-se impregnar pela imitação de Cristo não simplesmente como uma mera repetição de expressões e gestos exteriores de Cristo, mas como uma profunda sintonia com a experiência do Cristo crucificado que lhe diz: “Francisco, vai e reconstrói a minha casa que, como vês, está toda destruída!” (2Cel 10,5).
No entanto, aproximando-se da Festa da Santa Cruz, como nos relata São Boaventura, Francisco rezava quando lhe apareceu um Serafim com seis asas e entre as assas um homem crucificado. E imediatamente foi impresso em suas mãos, nos seus pés e no seu lado os sinais da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Logo, Francisco assemelhou-se à Cristo crucificado. Eis que as marcas do Eterno se fazem presentes visivelmente em seu corpo. Pois, de fato, Francisco trazia em seu coração, em sua boca, em seus ouvidos, em seus olhos, em suas mãos e em todo seu ser Jesus Crucificado.


Portanto, nesta experiência única, São Francisco nos ensina que é preciso buscar a cada dia de nossas vidas um encontro e uma intimidade que nos transformem em um novo homem e numa nova mulher pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fazer com que as marcas do Eterno sejam visíveis em nosso proceder, em nosso falar, em nosso testemunho e, sobretudo, em nossos corações. Sendo assim, ao saborear o amor de Deus, possamos também amar sem medida como Cristo nos amou por primeiro. Essa é nossa principal vocação: amar como Cristo nos amou.

domingo, 16 de setembro de 2012

FRANCISCANOS NA JMJ 2013


"Esperança do amanhecer"

(Hino Oficial da JMJ Rio2013)


Autor: Padre José Cândido

Sou marcado desde sempre
com o sinal do Redentor,
que sobre o monte, o Corcovado,
abraça o mundo com Seu amor.

(Refrão)

Cristo nos convida:
"Venham, meus amigos!"
Cristo nos envia:
"Sejam missionários!"

Juventude, primavera:
esperança do amanhecer;
quem escuta este chamado
acolhe o dom de crer!
Quem nos dera fosse a terra,
fosse o mundo todo assim!
Não à guerra, fora o ódio,
Só o bem e paz a não ter fim.

Do nascente ao poente,
nossa casa não tem porta,
nossa terra não tem cerca,
nem limites o nosso amor!
Espalhados pelo mundo,
conservamos o mesmo ardor.
É Tua graça que nos sustenta
nos mantém fiéis a Ti, Senhor!

Atendendo ao Teu chamado:
"Vão e façam, entre as nações,
um povo novo, em unidade,
para mim seus corações!"
Anunciar Teu Evangelho
a toda gente é transformar
o velho homem em novo homem
em mundo novo que vai chegar. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

HÁBITO FRANCISCANO: UMA EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA


"Todos os irmãos, onde quer que estejam, recordem-se que se doaram e entregaram seus corpos ao Senhor Jesus Cristo. E por seu amor devem expor-se aos inimigos, visíveis e invisíveis; pois, diz o Senhor: Quem perder sua alma por causa de Mim, salva-la-á para a vida eterna. Felizes os que padecem perseguição por causa da justiça por que deles é o Reino dos Céus." (RNB 16, 10-12)

  São Francisco de Assis na Regra Não Bulada convida todos os seus confrades a sempre retomarem o chamado vocacional como experiência de entrega de si mesmos a Deus. Essa entrega se realiza de diversos modos: na fraternidade, na oração, no trabalho, nos estudos, nas comunidades e no mundo.


  Como sinal do compromisso de Francisco com a Palavra de Deus e com a experiência de um Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, toma o hábito franciscano em forma de cruz com uma corda na cintura, sinal de compromisso e mudança de vida. Mudar de veste significa mudar a rota, a direção para onde se orientava. O novo caminho a se seguir exprime um ocupar-se na busca de um modo de ser todo de Deus.
  Configurar-se a Jesus Cristo convida todo o ser humano a ter o coração imenso e generoso, no qual todos  são chamados a dar a vida pelo outro. "Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância." (Jo 10, 10) 
  O frade menor ao assumir o hábito franciscano se reveste da veste do Filho de Deus que repleto de amor não consegue guardar para si tamanha graça. Sendo assim, o hábito franciscano consiste numa experiência madura e fecunda do amor misericordioso  e gratuito de Deus que  transborda, de tal modo, não ser mais possível guardar só para si.  


  As vestes franciscanas é um proclamar, convocar e desafiar  o frade menor  para voltar-se a essência de sua Vida: seguir Jesus Cristo, pobre e crucificado. Seguir Jesus Cristo como servos no anúncio do Evangelho da Paz e oferecer a Ele nosso maior culto: a entrega de nossa vida pelo Reino de Deus. 
  Por fim, vestir o hábito franciscano compreende relembrar a que vocação somos chamados e a maturidade que é revestir-se da veste de Cristo. Assumir este modo de ser é, todo dia e a cada momento, lutar para tomar sobre si, com alegria e humildade,  a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.Pois,  "quem perder sua alma por causa de Mim, salva-la-á para a vida eterna". (Lc 9, 24)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O HÁBITO FRANCISCANO: SINAL DE CONSAGRAÇÃO A DEUS

Hábito de São Francisco de Assis
"O Senhor deu-lhes a palavra e o espírito, segundo a oportunidade do tempo, para proferirem palavras agudíssimas, que penetravam os corações de jovens e anciãos, os quais, abandonando pai e mãe e tudo que possuíam, seguiam os Irmãos, recebendo o hábito de sua Religião." (LTC 60,2)

  Nos dias atuais surgem muitos questionamentos e dúvidas sobre a utilidade do hábito e sobre o seu sentido mais profundo. As perguntas surgem a partir de uma concepção onde a veste não implica numa mudança radical de vida e não expressam uma atitude  profunda de engajamento e missão.
  O hábito religioso franciscano caracteriza a finalidade da fraternidade franciscana, no qual todos estão unidos para o serviço a Deus e aos irmãos. O hábito religioso não é somente uma expressão externa da opção de vida escolhida, mas consequência de um voltar-se inteiramente à Deus na fraternidade e no mundo.
  O vestir o hábito indica deixar tudo para ter como único Senhor e Mestre o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Significa estar em conformidade com o seguimento de Cristo e por Ele exprimir a consagração total a Deus por meio de uma vida doada pelo Reino de Deus. Assim, a veste é algo que identifica a pessoa como o seu nome. 

  O hábito franciscano é uma túnica em forma de cruz com uma corda na cintura, no qual vestir o hábito dos Frades Menores significa voltar e converter o coração para o Senhor e dedicar-se no serviço a Ele. O hábito cria em todos aqueles que abraçam o carisma franciscano a condição de consagração a Deus. Tomar o hábito franciscano é revestir-se de Cristo e revestir-se do homem novo, isto é, entrar numa nova dinâmica onde toda vida do frade menor é colocada ao culto de Deus na fraternidade franciscana. Por isso,  a vida de serviço a Deus e do exercício da piedade do Frade Menor faz com que ele se torne altar de Deus. 


  No entanto, a vida de piedade do Frade Menor está unida com o jejum, onde todo vocacionado a esta vida é chamado a ter sempre o espírito da santa oração e devoção em tudo que faz. O espírito de oração indica uma vida em louvor a Deus como sinal de seu amor e de sua generosidade. 
  Portanto, vestir o hábito franciscano expressa seu verdadeiro sentido quando, enraizados no amor de Deus, o Frade Menor serve a toda humana criatura. Se assim não for, o hábito torna-se um símbolo vazio de conteúdo que em nada convoca o ser humano a uma experiência mais profunda do amor de Deus. Amor que significa uma vida de serviço e oração na fraternidade, no qual reconhecemo-nos todos irmãos.



sábado, 8 de setembro de 2012

AGENDA


SETEMBRO

  • Dias: 28, 29 e 30  - V Encontro Vocacional
Local: Casa de Formação São Francisco de Assis -
 Cidade: Rio de Janeiro / RJ

Contatos: sav.conv@hotmail.com ou  (21) 2273-6040

terça-feira, 4 de setembro de 2012

DATAS COMEMORATIVAS


"Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de 
vós nas minhas orações"  (Efésios 1:16)


Felicidades a todos os nossos confrades:



04/09


Frei Paulo Sérgio Fernandes


Ordenação Sacerdotal
05/09 Frei Ivair A. da Silva Ordenação Sacerdotal
05/09 Frei Donil Alves S. Jr. Ordenação Sacerdotal

08/09 Dom Frei Elias J. Manning Profissão Solene
09/09 Frei Ariel Ribeiro da Costa Ordenação Sacerdotal
13/09 Frei Francisco A. da Silva Profissão Solene
13/09 Frei Cláudio V. Pereira Profissão Solene
13/09 Frei Dinomar A. Pereira Ordenação Sacerdotal
19/09 Frei José Luiz Magalhães Profissão Solene
19/09 Frei Luis Henrique N. Lima Nascimento
19/09 Frei Carlos R. O. Charles Ordenação Sacerdotal
21/09 Frei Dimas T. Clarindo Profissão Solene
21/09 Frei Alércio A. de Carvalho Ordenação Sacerdotal
28/09 Frei Fábio Soares da Silva Nascimento

Deus os abençoem e os guardem!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

VOCAÇÃO: ESCUTA DA PALAVRA DE DEUS


"É bom ler os testemunhos da Escritura e é bom buscar nela o Senhor Nosso Deus. Mas, quanto a mim, já tomei tanto às Escrituras que já é mais que suficiente para a minha meditação e reflexão. Não preciso de mais nada, filho: conheço Cristo pobre e crucificado" (2Cel 105). 

Neste mês de setembro somos convidados a aprofundarmos na leitura e na interpretação da Sagrada Escritura. A leitura da Palavra de Deus exige do ser humano uma disposição e uma abertura para ouvir o que o Senhor tem a nos falar. São Palavras de Vida Eterna capazes de edificar aquele que a lê.
São Francisco de Assis nos ensina que a Sagrada Escritura é para ser ouvida e vivida. Retornar ao Evangelho é perceber no Cristo pobre e crucificado um novo modo de amar onde a liberdade, plena de gratuidade, impera na caminhada do religioso. 
Caminhar, neste mundo, guiado pela palavra de Deus é fazer a experiência de um Deus que nos fala num diálogo de amor e de Revelação de Si mesmo. Um Deus que desde sempre caminha com o ser humano e o acolhe amorosamente em seu coração de Pai. No entanto, é na Encarnação do Verbo que podemos chamar Deus de Pai. Jesus nos mostra que o Pai não só nos fala, mas também, pede de nós uma resposta. Por isso, o relacionamento do ser humano com Deus é de um diálogo capaz de esclarecer definitivamente o enigma da condição humana. Assim, "Bem-aventurado o religioso que não encontra jocundidade e alegria senão nas palavras e nas obras santíssimas do Senhor e, e através delas, conduz os homens ao amor de Deus em gáudio e alegria". (Adm 20,1-2)



Viver em gáudio e alegria a Palavra de Deus é responder com fé as interpelações do Pai feita a todos os seus filhos. Viver de fé é ter como único alimento as Palavras do Senhor, de tal modo, que possamos viver e pensar a partir Delas como nos ensina São Francisco de Assis.
Que o Espírito Santo possa nos ajudar a descobrir que as Palavras de Deus "são espírito e vida" (Jo 6, 64). Palavras que só se tornam Palavra de Deus quando são assimiladas e resultam em atitudes concretas onde todo o bem que podemos fazer pertence a Deus pelo seu Espírito que habita em nós.