Neste mês em que dedicamos
um olhar especial a Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, não podemos deixar de
pensar em sua vocação e o que temos de comum neste chamado tão especial que
Deus faz a cada um de nós.
Em Maria fazemos a
profunda experiência de amor. Um amor que se revela na sincera e simples
resposta de Maria: “Eis aqui a Serva do
Senhor”. Maria nos mostra um amor
livre e determinado. Nos mostra uma fé obediente e ativa na qual sua
participação nos Mistério da Encarnação é de pura receptividade e gratuidade da
Palavra de Deus.
A Palavra de Deus torna-se
carne pelo sim de Maria. Quanta liberdade e quanto amor contemplamos nesta
mulher chamada Maria. Mulher do sim, da vida, da luz e do Verbo feito Homem. É
neste homem que se encontra a salvação. E toda vida de Maria foi acolher em sua
vida a vontade do Senhor mostrando-nos esta linda aliança de amor entre Deus e
o homem.
Em toda a história do homem se percebe esta
grande Aliança de amor. E esta Aliança tem a iniciativa de Deus e a resposta do
homem. Deus chama o homem para um amor gratuito, ao mesmo tempo, que o convoca a
experimentar este amor fecundo e generoso. Amor capaz de convidar outros para
experimenta-lo também. O que nos “assusta” é que Deus quer a nossa ajuda, como
foi com Maria Santíssima ao dizer: “sim” ao chamado de Deus em ser a Mãe do
Salvador.
Desde que Deus criou o
homem, ele foi sempre convidado a viver esta missão de amor e ser Seu
cooperador. Maria foi esse exemplo de amor e de fidelidade a Deus. Aos
responder: “Eis aqui a serva do Senhor,
faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38), não foi somente neste
único momento em que o anjo lhe anuncia a sua missão, mais foi a cada instante
de toda a sua vida e principalmente nos momentos mais difíceis como: a saudação
de Izabel, a dificuldade de encontrar hospedaria para dar a luz, a fuga para o
Egito, ao encontrá-lo no Templo e principalmente ao ver seu Filho morto na
Cruz.
Nossa Senhora das Divinas Vocações |
Eis um grande segredo que
envolvia esta fidelidade de Maria: a confiança em seu Deus. Sendo serva, não
procurou elogios, mordomias, direitos e etc. Simplesmente confiou Naquele que a
chamou, pela graça e por amor, a uma entrega gratuita. Ao contrário de nós que
as vezes buscamos elogios, prazeres e nos julgamos os melhores tornando-nos
orgulhosos e infiéis.
Quando Deus nos pede um
pouco mais, como Ele disse ao jovem rico: “só
lhe falta uma coisa!”, nós fugimos, desviamos da conversa ou até mesmo
jogamos o pesado fardo para outra pessoa. Maria foi diferente. Ela soube
acolher, até mesmo sem compreender, e no seu silêncio meditava todos os
acontecimentos em seu coração. Pois Deus lhe chamou para ser a mãe do Seu
Filho. Se fosse ao contrário, não seria ela que serviria Isabel. Mas, como
sabemos foi Maria que chegou ao encontro de sua prima e se colocou à serviço. Maria não vivia em torno de si mesma, mas
vivia em torno do amor de Deus em sua vida, abandonando-se inteiramente ao Deus
de sua vocação. Sem reserva e com total generosidade. Maria confiou em Deus.
Não colocou sua confiança em títulos, pessoas, objetos e cargos. Simplesmente se entregou como serva dizendo: “Fiat!” (faça-se).
Assim devemos ser cada um
de nós, buscar com ardor a vontade de Deus, sabendo que seu plano de amor para
o homem é um caminho único e necessário para nossa felicidade. E para isso devemos
escutar, meditar e responder com generosidade o chamado que Deus faz a cada um
de nós. E assim esperar somente de Deus nossa verdadeira paz e alegria. Assim,
fez Maria Santíssima.
Portanto, caros irmãos,
devemos cada vez mais escutar e dizer sim à vontade de Deus para nós. E assim
sendo servos por amor, experimentarmos a gratuidade do amor de Deus por nós. E
cada vez mais tornarmos gratuitos para o amor de Deus. Tudo na nossa vida é um
presente de Deus. Deus está em todos os acontecimentos de nossas vidas.
Peçamos a Maria, hoje com
o título de Senhora de Fátima, a sermos curados de nosso egoísmo e de nosso
individualismo. E que Deus seja cada vez mais o centro de nossas vidas. Que
todas as dificuldades sejam colocadas aos pés de Maria, que está sempre unido
ao coração de Jesus. E assim exclamarmos com todo ardor: “O Senhor realizou em mim maravilhas e santo é o seu nome”. (Lc 1,49)
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